A construção da ferrovia começou oficialmente em fevereiro de 1880. Considerada impraticável por inúmeros engenheiros europeus à época, a obra teve início em três frentes simultâneas: entre Paranaguá e Morretes (42 km), entre Morretes e Roça Nova (38 km) e entre Roça Nova e Curitiba (30 km).
O objetivo era estreitar a relação entre as cidades do litoral paranaense e a capital do estado, com vistas ao desenvolvimento social do litoral. Além disso, era imprescindível ligar o Porto de Paranaguá aos estados do Sul do Brasil, para que se desse vazão à produção de grãos dos estados e, dessa forma, garantir apoio ao desenvolvimento econômico da região.
Para a obra, foram recrutados mais de 9.000 homens, que ganhavam entre dois e três mil réis por jornada. A maioria deles vivia em Curitiba ou no litoral, e era composta de imigrantes que trabalhavam na lavoura.
O esforço e ousadia de trabalhadores braçais, engenheiros e outros profissionais resultou numa das mais ousadas obras da engenharia mundial. Depois de cinco anos, a ferrovia foi inaugurada em 02 de fevereiro de 1885. Participaram da primeira viagem engenheiros, autoridades federais e locais, jornalistas e outros convidados. A viagem entre Paranaguá e Curitiba durou nove horas: ao chegar à Capital, mais de 5.000 pessoas aguardavam o trem.
Em seus cento e dez quilômetros de extensão, a ferrovia guarda centenas de obras de arte da engenharia: são 13 túneis ativos e 1 desativado, 30 pontes e inúmeros viadutos de grande vão. Destacam-se a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto do Carvalho, que liga os túneis 4 e 5, assentado sobre cinco pilares de alvenaria na encosta da rocha - a passagem por esse trecho provoca a sensação de uma viagem pelo ar, como se o trem estivesse flutuando. Foi a primeira obra com essas características a ser construída no mundo.
Poucos destinos no Brasil têm o valor histórico dos passeios pelos trilhos da Serra Verde Express. É compromisso da Empresa mantê-lo em funcionamento de forma sustentável, com respeito à Serra do Mar que cerca todo o caminho e também às pessoas que fazem possível sua existência: turistas, funcionários da Empresa e outros profissionais do Turismo.
CONCESSÃO DA FERROVIA PARANAGUÁ - CURITIBA
Em 1.996, a Rede Ferroviária S/A (RFFSA) encerrou suas operaçôes na Ferrovia Paranaguá – Curitiba e teve início o processo de privatização por concessão. Ainda que o processo do trem turístico tenha sido o primeiro a ser iniciado, sua conclusão deu-se após o fim da licitação para a concessão do trem de cargas.
A assinatura do contrato pela Serra Verde Express aconteceu no dia 1º de março de 1.997. Porém, devido à necessidade profunda de restauração dos vagões, a primeira viagem ocorreu apenas no dia 1º de maio do mesmo ano, com quatro vagões totalmente recompostos em operação. Ao longo do ano, os outros vagões foram sendo restaurados e, no início do ano seguinte, a Serra Verde Express conseguiu operar com sua composição máxima.
Início da concessão:
01/03/1997
Itens Incluídos:
03 Litorinas
01 Auto de linha
18 Vagões de Passageiros
01 Vagão bagageiro
800 m² de Oficinas
Estação de Curitiba
Estação Eng. Lange
14m² Estação de Morretes
LINHA COMPARTILHADA
A malha ferroviária entre Curitiba e Paranaguá é dividida entre duas empresas distintas: a Serra Verde Express, responsável pelo transporte turístico de passageiros, que detém o direito de duas faixas de descida (uma para o trem e outra para a Litorina) e duas de subida, todas com horários pré-determinados e diários - sendo por isso o único trem regular do país, ou seja, trem de turismo que possui freqüência diária, com horário fixo de partida e chegada em ambos os sentidos (descida e subida da serra); e a América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela operação da carga, manutenção das vias, controle do CCO (Centro de Controle de Operações) e cessão das locomotivas para tração do trem turístico - a Litorina, por ser uma auto-motriz, é de total responsabilidade da Serra Verde Express.
Em razão deste serviço prestado, a Serra Verde Express remunera por dispositivo contratual com 30,2% da tarifa de cada passageiro viajado a ALL.
OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS
Além das obrigações econômicas (mensalmente, a RFFSA é remunerada pela Serra Verde Express em R$150.000,00), a Empresa também é obrigada a preservar o patrimônio incluído na concessão e a realizar a manutenção dos vagões e litorinas. A RFFSA fiscaliza o patrimônio e toda a operação está vinculada ao Ministério dos Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
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