terça-feira, 24 de março de 2015






Detox uma Dieta Nescessaria pro Nosso Organismo e Bem Estar.



SÉRIE DESINTOXICAÇÃO

por Dr. Daniel Boarim, Diretor Clínico da Lapinha Spa
O que há de mito e o que há de verdade nessa nova tendência? Seria apenas um modismo passageiro ou algo que veio (ou volta) para ficar?”
DETOX IV – Na Prática
Na prática, como funciona a desintoxicação?
Os cardápios e outros procedimentos da terapia detox são numerosos, e seguem diferentes linhas técnicas e filosóficas. Mas em geral seguem as seguintes tendências e princípios práticos:
1)    Abordagem individualizada, em função do grau de tolerância (tanto psicológica como metabólica) e condição clínica de cada um.
2)    O rigor do regime, ou quão profundo deverá ser o plano de desintoxicação, está atrelado também ao grau de “impregnação o tóxica” de cada um, ou intensidade e tempo em que o indivíduo esteve exposto ao(s) fator(es) de injúria como, por exemplo a fumaça do cigarro e/ou alimentação errada. Mas, mesmo que a exposição tenha sido duradoura e intensa, se a tolerância do indivíduo é baixa, recomenda-se estabelecer um plano fracionado, com vários períodos de imersão leve, ou repetir sessões de desintoxicação leve a moderada intercalada por períodos nutrientes.
3)    E aqui entra o princípio “nutriente”. A desintoxicação pretende corrigir os excessos, os vícios, os maus hábitos, enquanto a nutrição propõe repor as perdas e deficiências, e principalmente evitá-las. Quando a desintoxicação é demorada demais ou profunda demais, há risco de desnutrição. Por que?
4)    A dieta de desintoxicação é na maioria das vezes também hipocalórica, e pode conter menos macronutrientes que o recomendável para condições habituais. Alguns micronutrientes podem também sofrer ligeira redução. Por isso, jamais um plano desintoxicante será de longa duração. Bem calculada, a desintoxicação alimentar pode durar dias, no máximo algumas semanas, sendo boa prática intercalar dietas nutrientes balanceadas e completas. As mais leves aplicam-se apenas a algumas refeições.
5)    O objetivo principal das dietas de desintoxicação não é emagrecimento, embora este venha “de brinde” para os que estão acima do peso. Para os magros, o plano deverá ser diferenciado, normocalórico e por um período ainda mais curto. Em muitos casos, recomendam-se apenas uma refeição desintoxicante ao dia, e as demais normais e nutrientes.
6)    A desintoxicação deve ser um período de reflexão sobre os hábitos de vida e transição para um comportamento cada vez mais saudável. Esta é sua principal diretriz filosófica. Não um abono periódico para poder voltar aos velhos abusos, criando-se um efeito sanfona de vaivém entre os limites da saúde e da doença. “Eu me intoxico o ano todo e depois tiro uma semaninha para a limpeza” –conceito popular e enganoso, que depõe sobre um curto período de “desintoxicação” o fardo de fazer a mágica de fabricar saúde e “neutralizar” toda e qualquer extravagância.
7)    Particularmente no começo da desintoxicação, exercícios físicos não são recomendáveis. A energia vital do organismo deve ser direcionada no processo de catarse. Nesse momento, como reação natural do corpo, pode instalar-se forte apelo ao repouso e ao sono, nos primeiros dias. O paciente deve “ouvir” seu corpo e descansar. Quando, contudo, a energia vital for voltando, o próprio corpo pedirá exercícios, que devem ser a princípios leves e depois moderados, nunca desgastantes durante o período de desintoxicação. O objetivo é equilibrar o influxo de energia vital e assegurar boa resposta imunológica.
8)    Mas há casos em que a desintoxicação deverá observar um escalonamento já no começo. A indicação mais frequente é para os pacientes em burn outcom personalidade “elétrica”, ansiosa ou agitada. Um mergulho rápido poderá empurrá-los a uma repulsa pelo regime e intenso mal-estar. Para esses pacientes, estabeleça-se um período de slow down ou desaceleração, com exercícios leves a moderados para dissiparem a ansiedade e um ingresso gradual no detox, na medida da tolerabilidade de cada um. Diga-se de passagem que esse perfil de paciente (agitado, apreensivo, depressivo ou ansioso) não costuma tolerar bem a desintoxicação, devendo-se reservar para ele planos mais “suaves”.
9)    O paciente deve ser avisado da “healing crises”, ou seja, sintomas normais das abstinências de cigarro, comida, café, e da defenestração tóxica, que incluem, além do sono e cansaço já citados no item anterior, outros sinais e sintomas passageiros como cefaleia, insônia (em alguns casos), dores músculo-articulares, irritabilidade, alteração de humor (um pouco mais para baixo ou um pouco mais agitado em alguns momentos), erupções e prurido na pele, aumento do volume urinário, oscilação da pressão arterial e glicemia, e alteração do comportamento intestinal. Mas é preciso lembrar que esses desconfortos duram geralmente pouco. Se forem muito incômodos ou prolongados, devem ser obrigatoriamente relatados ao médico.
10)Os alimentos das dietas desintoxicantes devem tanto quanto possível aproximar-se da natureza: orgânicos, não transgênicos. No preparo, não podem ser fritos (nem mesmo os temperos!), nem usar-se panelas inadequadas ou forno micro-ondas. E o paciente deve ser orientado a comer com calma, desligado da tecnologia moderna e das preocupações, mastigando completamente. O ambiente das refeições precisa, para tanto, ser tranquilo e adequadamente musical.
11)O consumo liberal de água e de alguns chás é recomendável como favorecedor da catarse pelos rins. Alguns fitoterápicos em particular podem ser úteis. Mas devem ser prescritos individualizadamente por profissionais competentes.
12)A hidroterapia é empregada desde longa data nas clínicas de jejum como importante aliada da desintoxicação. Kneipp indicava vapores e contrastes para estimular a circulação, a digestão, a sudorese e a diurese. Mas, também aqui é imprescindível a adequação individual.
Redescobrindo conceitos
“Detox” é hoje um conceito cada vez mais popular. Permeia as dietas da moda, ressurgindo como panaceia, a resposta para os males da modernidade, com destaque para o emagrecimento. Mas, o que há de mito e o que há de verdade nessa nova tendência? Seria apenas um modismo passageiro ou algo que veio (ou volta) para ficar?
Nesta série, dividida em 5 partes, trataremos sobre este assunto tão popular nos veículos de saúde e beleza, e claro nos perfis das redes sociais. Acompanhe os artigos todas as segundas-feiras aqui, no novo Blog da Lapinha!

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