quinta-feira, 14 de maio de 2015




Diagnóstico do TCE mostra que 51% dos municípios operam transporte público sem contrato

Estudo vai auxiliar as prefeituras do Rio Grande do Sul a regularizar a situação







Mais da metade dos 166 municípios que oferecem transporte público no Rio Grande do Sul não tem qualquer contrato de prestação do serviço resultante de licitação. O dado é um dos mais alarmantes entre os apresentados nesta quinta-feira pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e está no Diagnóstico do Transporte Coletivo por Ônibus no Estado em 2014, divulgado nesta quinta-feira.
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São 85 cidades (51%) sem contratos de prestação de serviço de transporte público, 63 (38%) com contratos vencidos e apenas 18 (11%) com contratos vigentes. Outras 331 cidades não têm sistema de transporte público (67%) por não ser economicamente viável.

A radiografia inclui situações absurdas, como a constatada em alguns municípios da Região Metropolitana. O TCE confirmou que algumas prefeituras baseavam-se na definição da tarifa de Porto Alegre para reajustar a dos seus ônibus municipais, sem qualquer critério técnico.
— Essa situação existia, e os municípios de que se tem conhecimento adotam providências para regularizar essa situação — afirmou o auditor público externo Airton Roberto Rehbein, da Assessoria Técnica da Diretoria de Controle e Fiscalização.
O diagnóstico tem origem em um ofício circular no qual o TCE orientou as prefeituras gaúchas a preencherem um questionário sobre o transporte coletivo urbano por ônibus. Com a identificação dos problemas, o estudo vai auxiliar os municípios a regularizarem a situação.
Em Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) teve que mudar a forma de cálculo da tarifa e tornar o processo mais transparente depois de auditoria do TCE. Hoje, a Capital é o único município gaúcho que publica aplanilha de cálculo tarifário na internet.
— Essa realidade já foi enfrentada em Porto Alegre, onde o Tribunal determinou a publicação na internet da íntegra dos documentos que compõem o processo anual de reajuste da tarifa, bem como determinou a disponibilização do processo ao Conselho Municipal de Transportes com sete dias de antecedência da sua análise colegiada — disse Rehbein.
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O mesmo procedimento tem ocorrido em outras cidades. Em Santa Maria, uma inspeção especial está em andamento. Recentemente, a tarifa de Ijuí foi reduzida em função de uma inspeção especial. A investigação é necessária. Das 166 prefeituras, somente 61 (37%) contam com um conselho municipal de transporte.
Outro fator básico é raro no Estado: somente 22 municípios (13%) têm data base para o reajuste das tarifas. Isso significa, segundo o TCE, "que padecem os usuários da previsibilidade e controle social acerca das tarifas quando de sua renovação".
Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, o presidente do TCE, Cezar Miola, avaliou que o trabalho diversifica a atuação do órgão, conhecido por fazer averiguações nas contas de prefeituras, por exemplo.
— Queremos compartilhar esses dados com a sociedade, dentro da perspectiva de aproximar o TCE aos temas que interessam à população — destacou.
Os dados servirão aos técnicos do TCE para realizar auditorias em municípios que demonstraram ter problemas no transporte público. Até o final deste mês, poderão ser definidas as próximas cidades que passarão por auditorias do tribunal.

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